Feira do Conhecimento destaca produção cultural e científica da UFBA*

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O início do semestre foi marcado, na última sexta-feira (24/05), pela recepção aos estudantes recém-chegados à UFBA. A Feira do Conhecimento contou com uma intensa programação artístico-cultural e apresentou a produção das diversas unidades da instituição. O evento, realizado na Praça das Artes, teve uma proposta multidisciplinar que agrega todas as áreas do conhecimento e estimula a participação dos alunos em projetos de ensino, pesquisa e extensão. A Pró-Reitora de Extensão Blandina Felipe Viana ressaltou a importância da Feira do Conhecimento para a comunidade da UFBA. “Considero um dos momentos em que a gente consegue coroar o processo acadêmico. Os calouros podem trocar conhecimento com colegas de outras áreas, conhecer as pesquisas, as atividades de extensão, a produção acadêmica. É uma festa do conhecimento”, disse.

Pró-Reitora de Extensão Blandina Felipe Viana. Foto- Allysson Viana

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Parte do calendário oficial da universidade desde 2003, a festa, antes conhecida por “Recepção Calourosa”, é realizada na Praça das Artes desde o ano passado com o nome de Feira do Conhecimento. A confraternização entre alunos, professores, funcionários e gestores é um dos objetivos do encontro, demonstrando que é possível proporcionar uma recepção diferente dos trotes, por vezes violentos e fora do contexto universitário.

Feira do Conhecimento. Foto- Allysson Viana

Em 2013, todas as unidades da UFBA foram contempladas com estandes, incluindo as Pró-Reitorias, o Smurb (Serviço Médico Universitário Rubens Brasil) e o DCE (Diretório Central de Estudantes). Os espaços permitiram uma maior interação entre os estudantes, que se dividiam entre um estande e outro. “É um momento que possibilita conhecer as pesquisas realizadas em outras áreas, a produção acadêmica da UFBA”, destacou Lucas Santana, estudante do terceiro semestre de Economia que passeava pelo estande do IHAC (Instituto de Humanidades Artes e Ciências Milton Santos).

Diversidade

Atendimento no Smurb. Foto- Allysson Viana Criança no estande de Odontologia. Foto- Allysson Viana

Os calouros aproveitaram a diversidade de trabalhos expostos para conhecer melhor a universidade. Os estudantes puderam usufruir dos serviços médicos da UFBA no estande do Smurb e quem passou por fisioterapia pôde desfrutar de massagem. A enfermeira do Smurb Cleide Araújo aproveitou para falar sobre a importância do serviço médico oferecido pela universidade: “o estudante é acolhido, seus problemas identificados e é dado um suporte, inclusive psicológico. Todos os estudantes devem fazer os exames antes de entrar na universidade. O ideal é que procure o atendimento no início do curso para que possamos fazer uma triagem”, explicou.

O público presente também foi convidado a participar das performances que aconteciam no espaço reservado a Belas Artes ou bater um “baba”, promovido pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae), no meio da Praça. Arthur Scovino, veterano do curso de Belas Artes, armou junto com seus colegas uma piscina de plástico no meio da praça. A intervenção intitulada de “Piscinão Mi_zera” despertou a curiosidade de quem passava pelo local. “A gente está aqui convidando todos para as oficinas em nosso estande e chamando pra fazer performances”, disse Scovino.

Grupo Mi_Zera. Foto- Allysson Viana Desafio Xadrez. Foto- Allysson Viana

Já o “Desafio Golzinho”, organizado pela Proae, tinha a intenção de divulgar o esporte e as olimpíadas na universidade. “Muita gente não sabe quais esportes são praticados aqui. Temos atletismo, natação, futebol, handebol e vários outros. Os estudantes de quaisquer áreas podem participar, procurando informações na Proae”, destacou Manuela Gomes, aluna do oitavo semestre de Educação Física.

O xadrez foi a grande novidade deste ano da Feira do Conhecimento. A mesa de jogo nunca estava vazia e o número de pessoas em volta aumentava a cada partida. Adam Lopes, estudante do terceiro semestre de Geofísica e bi-campeão baiano de xadrez, estava presente monitorando tudo. A iniciativa de levar o xadrez para a Feira foi de Jaime Prazeres, pedagogo do Proae. “A ideia é começar a fomentar a atividade aqui na UFBA. Nós vamos organizar um torneio em breve e queremos a participação dos alunos. Aqui o xadrez está sendo bem recebido. Não param de chegar estudantes para participar”, comentou.

A Feira do Conhecimento também trouxe para próximo dos estudantes os espaços culturais da UFBA, a exemplo dos museus, pouco conhecidos e frequentados. Nesse sentido, a museóloga e funcionária do Museu de Arte Sacra Juciléa de Cerqueira Santos sinalizou a importância do evento. “A maioria dos estudantes não conhece os equipamentos culturais da UFBA. Quando se faz uma feira como esta, o estudante fica conhecendo os museus e os equipamentos da universidade”, disse.

Troca de conhecimento

Um dos espaços mais disputados foi o de Biologia, onde eram expostos animais empalhados e peçonhentos. Diego Sales, estudante do oitavo semestre do curso, já participou de três edições da Feira do Conhecimento como monitor e destacou a quantidade de alunos de outras unidades que foram conhecer o espaço. “Estudantes de todas as áreas estão vindo ao nosso estande, alunos de Letras, Medicina, Física. Tem havido muita integração”, assinalou. Sobre os animais peçonhentos expostos, Diego explicou que é uma oportunidade de quebrar a visão que se tem sobre a periculosidade desses bichos. “As pessoas têm uma visão errada sobre os animais peçonhentos e aqui a gente vai passando informações para desmistificar esse pensamento”, apontou.

 Estande de Ciências Biológicas. Foto- Allysson Viana Kart de Engenharia Mecânica. Foto- Allysson Viana

A caloura de Biologia Vanessa Rocha percorreu todos os estandes e não escondeu a preferência pelo do seu curso. “É uma oportunidade interessante de conhecer o trabalho desenvolvido em outras unidades. Já fui a todos os estandes, porém achei o mais interessante o de Biologia, depois o de Medicina Veterinária e de Física”, disse. Outra estudante que destacou o trabalho realizado pelo seu curso foi Leila Viana, estudante do terceiro semestre de Química: “Temos o Show da Química que mistura teatro com química. Usamos a encenação para mostrar questões do cotidiano que envolvem processos químicos e depois esclarecê-los para as pessoas, através de um debate”, explicou. Leonardo Cerqueira, estudante do segundo semestre do mesmo curso, que estava travestido e monitorando o estande, explicou um pouco sobre essa iniciativa: “O Show da Química tenta levar a ciência para as pessoas de uma forma lúdica, fazemos palestras, apresentação em escolas, congressos. Para conhecer melhor a química e explicar sobre o assunto, usamos a linguagem do teatro. Por isso lidamos muito com um público que não é da área de química”, ressaltou.

Outro destaque da Feira foi o carro de kart feito pelos estudantes do curso de Engenharia Mecânica. Michel Martiniano, veterano do terceiro semestre, falou que todos os anos os alunos representam a UFBA em São Paulo em campeonatos de corrido. A importância da Feira do Conhecimento foi destaca por Michel: “O legal é que a gente consegue chamar atenção dos outros cursos. Eventos como esse são importantes para aproximá-los. Nós, por exemplo, precisamos de pessoas de outros cursos para nos auxiliar de alguma forma, pôr em prática o que se aprende”.

Integração

Todos foram unânimes em reconhecer a importância do evento. Ana Paula, estudante do quinto semestre do Bacharelado Interdisciplinar de Humanidades, que participou como caloura em 2011, falou que sempre traz os amigos para participar. “O evento enxerga os estudantes como cidadãos e possibilita fazer essa troca de conhecimento”, disse.

Para a caloura de Letras Priscila Souza, essa é também uma ótima oportunidade para fazer amigos, interagir com os veteranos e diminuir o preconceito em relação aos calouros. “Um evento como esse é muito importante porque você acaba conhecendo outros cursos, pode se interessar e pegar matérias nessas áreas. E é muito importante essa interação porque você acaba fazendo amizades. Uma recepção como essa acaba diminuindo o preconceito entre calouro e veterano”, disse. Juliana Hermida, veterana do terceiro semestre de Nutrição, compartilhou da mesma opinião: “A Feira é uma oportunidade dos novos alunos conhecerem outros cursos e uma oportunidade também de interação com os veteranos”, comentou.

Reitora e Pró-Reitores dão boas-vindas aos calouros. Foto- Allysson Viana

Mostras de dança

As apresentações artístico-culturais são sempre as mais aguardadas pelos alunos. O destaque deste ano foi para a Escola de Dança, com diversos trabalhos de estudantes. Ariane Chagas, veterana do quinto semestre de Dança, apresentou a coreografia “Sem Querer” em parceria com Wellington Monteiro.  “Foi a primeira vez que me apresentei e achei bem legal. A gente vai participar de um concurso muito em breve”, disse Ariane.

Quem também subiu no palco e entusiasmou a plateia foi Ticiana Pereira, aluna do sétimo semestre de Dança. Ticiana realizou a performance “Sensurado”, que pesquisa parte do universo do funk carioca, e revelou a expectativa em se apresentar no evento: “Uma coisa é se apresentar para o pessoal da Escola de Dança e outra é para um publico mais diversificado. Apresentei algo que foi criado totalmente por mim e não esperava a reação calorosa do público, isso significa que eles entenderam meu trabalho”, declarou.

Ticiana Pereira. Foto- Allysson Viana

Outro destaque foi Paola Vásquez, veterana do quinto semestre de Dança, que apresentou o trabalho “Aquele meu caminho”, com estética da dança do ventre. Ela já havia se apresentado no semestre anterior e contou o que sentiu em relação à edição passada. “Este ano tenho a sensação de que foi mais organizado, teve mais pessoas, mas senti falta de uma estrutura maior para nós que apresentamos trabalho artístico. Não houve um espaço reservado para ensaio, camarim, coisa que tinha no ano anterior. Mas sei que este semestre está sendo atípico”, disse.

Para Gilsamara Moura, organizadora da mostra e professora da Escola de Dança, as apresentações foram ótimas e o evento um sucesso. “Não estava aqui no ano passado. Mas estou achando o evento bem organizado. E está sendo muito legal porque o GDC (Grupo de Dança Contemporânea) trouxe um elenco novo, que só teve duas semanas de atividades e essa foi a primeira experiência de apresentação pública. Foi muito interessante como eles conseguiram interagir com o público e refletir bem a organização do evento”, disse. Gilsamara aproveitou ainda para salientar a importância da Escola de Dança da UFBA, a primeira do Brasil. “Em relação à UFBA, a dança precisa ser ainda mais conhecida. É um ótimo momento para os alunos novos conhecerem o que acontece lá e até mesmo para os que estão há algum tempo na instituição. A escola de dança da UFBA é a primeira do Brasil na área e muitos alunos da própria universidade desconhecem”, destacou.

 

* Matéria de Ítalo Richard, estagiário da Agenda de Arte e Cultura da UFBA.

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